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Atitudes dos pais que prejudicam a autoestima dos filhos

  • Foto do escritor: Arnaldo Recchia
    Arnaldo Recchia
  • 14 de set. de 2019
  • 4 min de leitura

Atualizado: 16 de set. de 2019


Na ATA, uma das habilidades de liderança – a filosofia – que treina-se os alunos e alunas é a autoestima. Tão importante quanto trabalhar em aula é de extrema relevância que os pais fiquem atentos em casa.


Chantagem emocional é a pior linguagem possível, pois ela aprende a negociar por meio de uma figura de autoridade que a ameaça

Comparações, chantagens e promessas podem influenciar na maneira como a criança desenvolve a coragem em situações do dia a dia. Sem perceber, os adultos são os responsáveis.

Talvez os pais não percebam como suas atitudes influenciam diretamente o comportamento das crianças. Mesmo que seja uma ação não intencional, que de fato é o mais comum. No livro "As Crianças Aprendem o Que Vivenciam (ed. GMT)", os autores Dorothy Law Nolte e Rachel Harris contam que ao comparar o filho com outra criança, por exemplo, a mãe começa a magoar a identidade da criança e aos poucos retira sua espontaneidade.


Nem entre irmãos é muito saudável. Por vezes se consegue ver em famílias com dois irmãos de idades próximas essas comparações. “Não é benefício nenhum promover este tipo de sensação no aluno, primeiro por incitar uma competição negativa, segundo por criar um cenário de propensão ao menosprezo ou sentimento de desvalorização pessoal”, explica o instrutor da ATA Chapecó, Arnaldo Recchia.


"Só vou te dar o doce se disser que me ama", "Se não ficar bonzinho, não volto para te buscar na escola". A criança entende que a conquista vem ligada a uma troca, ou ainda que precisa abrir mão de um desejo ou vontade para agradar outra pessoa. "Chantagem emocional é a pior linguagem possível, pois ela aprende a negociar por meio de uma figura de autoridade que a ameaça", explica o psicólogo clínico desportivo, João Alexandre Borba.


Superproteção sabota a autoestima


Você não deixa seu filho brincar no parquinho por medo de doença? Qualquer situação te leva a brigar por ele na escola? "A superproteção elimina a dificuldade da criança em criar suas próprias habilidades, em ir para o mundo como um adulto capaz de solucionar seus problemas. O excesso de proteção deixa o filho dependente, frágil e mimado", alerta Borba.


No taekwondo Songahm são exploradas algumas competências não cognitivas fundamentais para a formação da criança. “Incentivar o protagonismo faz com que o aluno se liberte um pouco das garras superprotetoras, ali diante de seus colegas, explicando algo que os pais não dominam (taekwondo) proporciona um salto na autoconfiança e autoestima”, conta Recchia.


Devagar com a superestima


"Elogiar demais cria uma percepção distorcida da identidade real", explica o profissional. Além de forçar situações para ser elogiada pela família e também desejar atenção de estranhos, a criança pode se sentir carente de elogios constantes por situações em que não seriam coerentes. Evite fazer disso uma rotina, use o agrado com moderação mesmo sabendo que seu filho (a) é o "mais lindo do mundo"


Apesar de parecer uma solução imediata para o problema, encher a criança de presentes e agrados também é prejudicial ao entendimento de ‘eu’ dele. Definitivamente não é a melhor saída para remediar uma necessidade. A ideia é que ela não perceba a falta de algo ou alguém, mas a situação gera um sentimento de vazio enorme. "Ela aprende que o "ter" passa a ser mais importante que o "ser", e daí constrói uma personalidade focada mais em conquistas materiais", conta o psicólogo.


O “não” inegociável


Deixá-la à vontade para desejos e decisões é um erro que reflete em seu futuro. "Não saber dizer “não”cria um sentimento péssimo de "falso poder"', diz Borba. Além do mais, a criança passa a achar que tudo é possível e perde o respeito por futuras figuras de autoridade, como professores e chefes. Ouvir não é doloroso, mas um aprendizado necessário. "Muitos pais tem medo de que os “nãos” interfiram negativamente na vida da criança, mas se essa negativa for acompanhada de carinho, argumento e explicação vai fazer do seu filho um adulto mais convicto. É comum alguns pais optarem, por exemplo, a não expor os danos de uma série de notas ruins na escola, optando pelo “deixar pensar no que fez”. Crianças não pensam no que fazem, isso faria delas adultas. “Saber trabalhar e usar o não é tão importante na educação quanto o sim", conta Maria Eduarda Vasselai, psicóloga infantil.


É preciso deixar claro que todas as pessoas erram. O ideal é não poupar a criança e apresentar a situação com clareza e correção, se for preciso. "A questão é saber apontar o erro para ela, mostrar o que foi errado e o porquê daquilo", ensina o psicólogo. "Quem finge que o filho nunca erra, acaba não ensinando. Principalmente em comportamentos como mentir, não deixar o colega brincar com os seus brinquedos ou mesmo pequenas, como tapas ou mordidas", completa Maria Eduarda.


A melhor forma de ensinar é influenciar usando bons exemplos, e não com regras ou avisos que entrem por um ouvido e saem pelo outro. Demonstre para a criança o que é correto usando palavras positivas, e lembre-se de agir de acordo com o que foi dito para que ela não perca a referência. "Credibilidade pode ser uma palavra difícil de falar, mas é bastante fácil de perceber", lembra a psicóloga. De nada adianta pedir que trate bem as pessoas se sair agredindo verbalmente o porteiro, o vizinho ou discutindo no trânsito, por exemplo.


É muito importante para a criança ter uma promessa atendida pelos pais. Por isso, redobre os cuidados e não diga nada além do que estiver ao seu alcance. Assim vai preservar a sua credibilidade. "Prometer e não cumprir gera falsas expectativas e tira a confiança. Na visão dela, se não puder confiar neles, o mundo passa a ser um local a se temer", explica Borba.









 
 
 

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